Percurso

O curso de jornalismo é estruturado em módulos que, na parte técnica, vão sempre da pauta à distribuição. Essa organização serve de referência para que cada educador monte seu próprio curso.

A jornada começa na formação da turma, com um processo seletivo (link) que busca formar uma equipe que se completa em termos de habilidades técnicas e humanas. O aprendizado é percorrido em 3 momentos distintos: iniciando na introdução, que prepara para as discussões e produções dos módulos e termina com um fechamento.

O processo de aprendizagem sustenta-se sobre esse esqueleto, que deve ser moldado com base nos tempos, conteúdos e momentos vividos, levando em conta os recursos, a turma, os contextos.

Em cada módulo, um tema é explorado por meio da apuração e produção de um produto jornalístico – o que demanda a definição das técnicas jornalísticas a serem trabalhadas. A escolha dos temas parte de parcerias institucionais ou da escuta do interesse do grupo. A escolha do formato de mídia do produto parte da equipe, levando em conta os recursos, as habilidades técnicas e interesses do grupo.

O percurso formativo contém:

  • descrição de cada etapa do curso, seus objetivos e foco principal
  • mapa do andamento do curso
  • mapa do andamento de um módulo
  • gestão do conhecimento
  • planejamento
  • referências

Estrutura

O percurso é desenhado de modo a promover o desenvolvimento de seres humanos jornalistas, combinando uma formação técnica voltada à produção de informação inovadora e diversa e sentidos e afetos que nos desenvolvem como pessoas e agentes de transformação. Há a formação de um grupo e a jornada é parte da experiência de vida dos jovens e da equipe.

Cada um dos ciclos, os módulos, é uma etapa de maturação do grupo e é singular como experiência, mesmo que as etapas se repitam. No início, ninguém se conhece nem tem domínio técnico do jornalismo. Ao final, teremos um grupo consciente de si, coeso, competente tecnicamente e mobilizado a se apoiar internamente.

O espaço físico é importante nessa construção: ancora as relações, fomenta autonomia e vínculos co-formativos na turma. Por isso, sugerimos que esteja aberto fora das aulas, para produção e encontros dos jovens.

Na experiência da Énois, o percurso se desenvolve anualmente, dividido em 5 etapas, com 3 encontros de 3h de duração por semana.

Etapa 1: Curso introdutório

Objetivos específicos:

  • Apresentar alunos, equipe e a arquitetura do curso
  • Apresentar comunicação como fenômeno e teoria; e leitura crítica da mídia
  • Reconhecer o contexto global do jornalismo

Foco:

O primeiro foco do curso, que se mantém durante tempo indefinido, é fazer o grupo conhecer-se a si próprio, tendo noção de sua diversidade e de seus pontos comuns. Trazer o potencial de todos implica frequentemente em dissolver o clima de competição. É bom focar na diversidade trazida pelas apresentações e em celebrar todos por terem passado no processo seletivo.

Nesta primeira parte estão algumas aulas de conteúdo expositivo, combinadas com atividades e discussões. É a entrada do grupo no entendimento do que é comunicação e jornalismo – indo da perspectiva pessoal e empírica para a social e teórica – num formato semelhante ao de aula tradicional. Um momento de a equipe se fazer conhecer, trazendo sua experiência e formação ao mesmo tempo em que abre para que os jovens reconheçam o próprio saber.

Sugestão de Aulas:

1) Quem sou eu e por que escolhi jornalismo?

2) Regras do Jogo

3) Grana e afeto

4) O que é comunicação & História do jornalismo

5) Leitura crítica da mídia

Etapa 2: Módulo I

Objetivos específicos:

  • Reconhecer a diferença através da convivência: promover confraternizações para que os alunos se integrem entre si e com equipe
  • Construção de identidade em diálogo com as diferenças: explorar tema em sala de aula compartilhando repertório de cada um
  • Experimentação e apropriação de ferramentas jornalísticas
  • Produção jornalística 1

Foco:

É o primeiro contato com as técnicas jornalísticas e saídas de produção, que vão culminar no primeiro produto entregue por eles. A formação do grupo é um resultado e uma condição que facilita esse processo.

O tema de investigação do módulo media a troca sobre as diferenças e semelhanças entre a trajetória pessoal de cada um. É interessante que a equipe participe desses compartilhamentos e se reconheça nas diferenças sem se dissociar do grupo de jovens.

Como é a primeira exploração de um tema, é possível que alguns posicionamentos sejam mais distantes ou vagos. Sem problema. A participação depende de um campo de relaxamento e confiança a ser construído.

Atenção para sensibilizações: a maioria dos jovens não teve uma experiência na educação pública que contasse com este recurso. Uma sensibilização serve para ativar outros tipos de cognição (o corpo, analogias, metáforas, imaginação) além da razão formal.

Etapa 3: Módulo II

Objetivos específicos:

  • Explorar a diferença: com um grupo mais integrado podemos aproveitar os diferentes pontos de vista. O que o olhar do outro pode agregar na maneira como eu vejo o mundo e mim mesmo?
  • Identificar descobertas e desafios pessoais: com base na avaliação do módulo 1, há oportunidade de achar questões técnicas, pessoais ou relacionais em que cada um possa trabalhar.
  • Experimentação e apropriação de ferramentas jornalísticas
  • Produção jornalística 2

Foco:

O grupo está mais integrado e apropriado do jornalismo, geralmente trazendo aprendizados e objetivos críticos sobre como avançar a produção em relação à primeira experiência.

Podem surgir conflitos. É comum que no primeiro módulo os jovens identifiquem estereótipos, se dividam entre “os que fazem” e “os que não fazem”, por exemplo. Cabe à equipe promover atividades e diálogos – podendo dar sugestões e relembrar limites ou a missão do curso – para fazer o grupo se perceber, deixando que os próprios alunos busquem soluções e desenvolvam a escuta empática e resiliência. A equipe deve questionar se ela mesma tem essas qualidades de relação e abrir o próprio percurso de desenvolvimento aos jovens.

Em situações que peçam uma escuta mais aproximada, é desejável que a equipe se reveze para acolher as demandas dos jovens. Não se trata de “resolver problemas”, mas validar o sentimento e apoiá-lo a nomear conflitos, buscar soluções ou sustentação em sua própria rede. Se algum encaminhamento for necessário, é importante que a equipe contate as instituições competentes tendo à mão seus contatos.

Etapa 4: Módulo III

Objetivos específicos:

  • Escutar e acolher o que está emergindo da identidade: o que estou aprendendo sobre mim mesmo?
  • Celebrar o grupo: recordar os momentos de apoio mútuo e dar consciência à capacidade do grupo de gerir a si mesmo
  • Experimentação e apropriação de ferramentas jornalísticas
  • Produção jornalística 3

Foco:

A evolução da experimentação jornalística, seu impacto e inovação, guiam esse último momento de produção. O foco é analisar o que foi feito até aqui e sustentar a construção do que o grupo quer desenvolver e transformar junto.

A esta altura do curso provavelmente o grupo se acomodou com lugares mais ou menos cristalizados. O desafio é justamente usar a união do grupo para impulsionar os jovens a saírem da zonas de conforto. Contudo, isso só é produtivo na medida em que houver acolhimento. Desafiar-se em cotidianos cheios de privação pode não ser saudável, por isso é necessário consolidar os vínculos do grupo para provocá-los neste sentido.

É possível que ainda seja necessário mediar conflitos, mas a equipe deve observar se houve alguma evolução na autonomia do grupo frente a esta capacidade.

Etapa 5: Fim do curso:

Objetivos específicos:

  • Olhar retrospectivo: deslocamentos pessoais e de grupo. Que mudanças houveram?
  • Identificar o que está morrendo e o que está nascendo em cada um. Rever o ponto de partida e os momentos mais marcantes, encontrando atitudes que devem ser fortalecidas e as não servem mais ao que se é.
  • Desejos de futuro próximo: o que o horizonte aponta como possibilidade frente ao que é essencial para mim e frente às minhas necessidades?
  • Futuro social: o que cada um quer ser e fazer para o mundo, pontes de contato e continuidade  

Foco:

Despedidas e porta para o futuro. Esta última parte do curso é fundamental. Ao final do período de quase um ano convivendo, conhecendo e se desafiando juntos, é importantíssimo ter a chance de elaborar esta despedida juntos e olhar que caminhos se quer e pode seguir.

O curso pode ter tocado os alunos e seu fim pode causar ansiedade, angústia ou tristeza. Para respeitar o tempo desta transição, recomendamos uma aproximação lenta do último dia de aula. Ir já anunciando o fim do curso no último módulo e deixar a última semana dedicada a olhar para o que vivemos e nos despedir e também para enxergar a si próprio, indagando sobre o que foi deslocado e o que se apresenta como desafio.

Atores

Alunos

Os alunos são o foco de todo processo formativo na Escola de Jornalismo. Devem ser compreendidos como sujeitos em formação, cuja identidade se constrói em constante interação com sua leitura de mundo, colegas, equipe, estando intensamente interessados em suas experiências pessoais e afetivas. A EJ se pretende não somente à capacitação profissional, mas também a oferecer um campo propício para que o jovem possa emergir como um sujeito consciente de si, de suas relações e do mundo.

O aluno não necessariamente tem pretensões claras sobre seu destino profissional. Por isso, o jornalismo também é entendido como ferramenta de diálogo com o mundo, de regulação entre percepções e representações culturais, indispensáveis para a construção de uma identidade que pode muito bem passar por períodos de crises, altos e baixos. Não é incomum que os jovens tomem consciência de aspectos de si mesmos e de sua realidade circundante que desafiam suas pré concepções ou que revelem sofrimentos latentes – o que por vezes pode ser difícil de elaborar. Desta forma, a EJ se pretende também a ser um espaço protegido de elaboração de conteúdos sensíveis ao desenvolvimento do sujeito-aluno.

Cada aluno tem uma trajetória, uma personalidade singular, suas próprias ambições, talentos e dificuldades. Enxergar a singularidade é indispensável para reconhecer diversidade. É importante que o percurso formativo dê espaço às expressões individuais para que a qualidade do compartilhamento possa abranger afetos, símbolos e um campo de confiança para o autoposicionamento.

 

O grupo

O grupo de alunos não é apenas um agrupamento de pessoas em torno de uma tarefa ou objetivo comum. É necessário que ao longo do processo formativo (de preferência nos primeiros meses) os jovens adquiram a consciência de que as relações entre eles é indispensável para a aprendizagem. Devem estabelecer entre si um vínculo co-formativo, baseado no diálogo, na aceitação das diferenças e no fortalecimento mútuo frente suas realidades, constituindo uma rede de apoio entre eles mesmos. O grupo que passa a ser consciente de seus vínculos torna-se capaz de acolher e catalisar processos de transformação pessoal e de construção de identidade, pois pode se entender nas diferenças e semelhanças, pode compartilhar experiências pessoais, conhecimentos e desafiar a si próprio.

Neste ponto, é importante criar encontros extra-curriculares, sem qualquer objetivo pedagógico que não seja simplesmente oferecer um campo de relações descontraídas e divertidas. Happy-hours, saraus, festas de aniversário, etc. O objetivo é criar circunstâncias de socialização relaxada para que os jovens possam trocar livremente, entender diferenças e semelhanças de repertório, se identificarem uns com os outros e criarem vínculos de confiança e cumplicidade.

É importante considerar que o grupo de alunos vem de um repertório de educação formal que muito frequentemente usa da autoridade e do poder institucional para garantir ordem e produtividade. Isso significa que a autonomia do grupo frente o processo jornalístico deve ser construída, desenvolvida, estimulada, não cobrada logo de cara. À medida em que o grupo ganha repertório de decisões conjuntas e exercita a comunicação interna sobre que comportamentos estão dando certo ou errado, à medida em que pode confiar em seus próprios vínculos, o grupo se torna cada vez mais capaz de compreender a responsabilidade implicada na autonomia.

Se queremos que o grupo se autorregule quanto ao cumprimento de prazos, ajustes de projeto e processo e gestão das relações, precisamos criar condições para isso. A maneira que indicamos aqui é por meio do fortalecimento das relações entre jovens e o planejamento de cada vez mais decisões para eles tomarem e gerirem, partindo de um repertório de escolhas mais simples e localizadas e evoluir de acordo com o que o grupo apresenta em seu desenvolvimento.

 

A equipe

A equipe são os profissionais que coordenam e acompanham todo o processo formativo. Logo de começo é muito importante que uma coisa esteja clara neste trabalho com jovens: vínculos são inevitáveis. Essa visão de vínculo como meio de trabalho, não apenas como efeito, garante que a equipe entenda seu próprio desenvolvimento a partir da relação com os jovens. Não são apenas “eles” que se desenvolvem ao longo do curso. Dificilmente não haverá alguma afetação da equipe ao entrar em contato com o contexto pessoal dos jovens e estes muito se beneficiam através do apoio empático da equipe. Contudo, são necessários limites para que o vínculo real aja como ferramenta de desenvolvimento mútuo. Vínculos implicam em vulnerabilidade, em sensibilidade, em comprometimento, mas também em contornos, na capacidade de dizer “não”, no reconhecimento de diferenças às vezes irreconciliáveis.

Além disso, os vínculos aqui se dão em um ambiente institucional e seria ingênuo pensar que este fato não reverbera na relação com os alunos. Há limites deste ambiente institucional, assim como do próprio vínculo, para absorver algumas demandas mais graves que podem surgir dos jovens. Por isso, é indispensável que a equipe também seja uma rede de apoio para si própria e saiba refletir sobre sua ação.

A postura da equipe para nutrir os jovens neste percurso é de acompanhamento,  escuta e autoposicionamento. Em outras palavras: não julgar, acolher o que vem deles como expressão de seus contextos particulares e ser claro com limites.

Assim como os jovens têm uns aos outros para percorrer o curso, elaborando conjuntamente as dificuldades e transformações pessoais, a equipe também deve encontrar em si mesma os meios de apurar os conteúdos afetivos vividos em sala de aula (VIDE SUPERVISÃO). Como cada um é afetado, o que cada afetação revela da individualidade de cada um da equipe e que rumos tomar em relação a limites e aberturas possíveis é um caminho co-formativo que se revela na equipe.

Além dos vínculos com os alunos, a equipe também desenvolve uma relação entre seus membros, a ser gerida da mesma forma baseada em diálogo, empatia, tolerância, autonomia, para que a equipe possa experimentar os valores que deseja cultivar com os jovens.

Normalmente o que se espera de um curso é que tenha professores, que professem, que profissionalizem; mas o meio para atingir esses resultados frequentemente está baseado no uso de uma autoridade mágica, conferida pelo conhecimento como fonte de poder, ou pela instituição, ou pela maior idade etc. Dado o contexto dos jovens, e em especial um percurso de formação integrada, é crucial que o aluno entenda os limites por sua própria percepção, que se responsabilize pelos vínculos reais que teceu com o grupo e com parceiros externos. O papel da equipe então passa a ser o de facilitar e mediar experiências de percepção, experimentação e organização, se afastando do papel de alguém que sabe frente os que não sabem.

Há um equilíbrio sutil a ser desenvolvido na relação entre alunos e equipe no que tange os limites colocados pelo crivo profissional e técnico e a real disponibilidade de engajamento dos jovens no processo do curso. Há limites que o processo jornalístico coloca que nem sempre podem ser relativizados (prazos, formatos de entrega, compromissos com parceiros, etc). Por outro lado a equipe deve também desenvolver a escuta capaz de identificar limites colocados pelo contexto dos jovens (sua fase de vida, as prioridades colocadas pelo seu contexto, vicissitudes da juventude).

Por fim, convém que a equipe conte com diferentes formações que possam cobrir tanto conhecimentos técnicos quanto sobre olhares mais aproximados da experiência psico-social dos jovens. Nosso exemplo vem da interação entre psicologia e jornalismo, mas formações distintas, assim como sensibilidades distintas, são muito bem-vindas.

 

A rede

Ajudando a rechear e sustentar o curso como algo atualizado e ligado ao contexto profissional, a rede atua no curso em diversos pontos, contribuindo para aumentar o repertório do grupo sobre atuações, referências, técnicas e visões de mercado. Entendemos por rede as relações com parceiros, amigos, colegas, ex-alunos e demais pessoas de interesse que a escola mantém por perto. A rede pode ser acionada para dar aulas, compor bancas de avaliação, compor a própria equipe, para parcerias de distribuição ou consultorias sobre formatos, produtos e pautas. Basicamente são dois atores que compõem esta rede:

Profissionais voluntários: convidar profissionais para dar aulas demanda ser claro com as necessidades de conteúdo e técnica e apoiar a criação de um material original e pertinente ao momento do curso em que se insere. A riqueza no contato com profissionais do mercado inclui a oportunidade de uma troca com os jovens afora o conteúdo programado em sala, deixando-os serem entrevistados pelos alunos sobre sua trajetória profissional e repertórios pessoais. É normalmente um proveito de mão dupla: os alunos podem contribuir muito para o olhar do jornalista profissional que pode já ter se distanciado de sua formação. A distância geracional entre alunos e profissionais convidados apresenta também um repertório de futuro que pode ser inspirador. Atenção à diversidade dos convidados! Tanto a equipe quanto os convidados assumem um papel de referência diante dos jovens. Faz diferença se essa referência, de engajamento profissional, de organização, de criatividade, de mudança de condição social, etc, reflete a matriz da identidade dos jovens. Tem profissionais pretos, mulheres? Tem representatividade LGBT? E das culturas periféricas?

Ex-alunos: o envolvimento de ex-alunos promove o fortalecimento de uma auto-estima profissional para ambos. Há uma identificação maior do que com profissionais voluntários muitas vezes e isso pode mobilizar os alunos a acreditarem no percurso formativo e na profissão. Esta rede também tem como papel a criação de autonomia da própria escola – que pode ser futuramente gerida por ex-alunos.

Processo Seletivo

A EJ seleciona 10 jovens para participarem do curso. O processo seletivo consiste em 3 fases nesta ordem: a) questionário b) entrevistas c) dinâmica de grupo. Cada etapa atua como filtro para a próxima.

Todos os alunos devem apresentar:

    • Experiência com comunicação: texto / produção audiovisual
    • Escuta
    • Índole crítica
    • Capacidade de trabalho em equipe
    • Capacidade de articulação
    • Autonomia
  1. Questionário: o primeiro filtro de seleção serve para verificar se os candidatos se encaixam no perfil buscado, o uso do dinheiro da bolsa, atividades cotidianas (trabalho, estudos), conhecer um pouco do domínio da linguagem escrita e capacidade de expressão, mapear familiaridade com técnicas e conceitos do jornalismo, mapear experiências e repertório de produção, mapear referências culturais (que informações consome, de quais veículos).
  2. Entrevistas: a segunda fase da seleção dá a equipe ter contato direto com os candidatos, podendo ter impressões diretas e explorar mais as informações do questionário, aprofundando o contexto do candidato, o grau de vulnerabilidade social implicado, sua atitude relacional (escuta, organização do discurso, autoposicionamento)
  3. Dinâmica de grupo: a terceira e última fase do processo seletivo objetiva dar uma situação real de apuração para que a equipe possa apreciar a capacidade de trabalho em equipe e habilidades relacionais dos jovens.

Um modelo possível para o processo seletivo:

https://docs.google.com/document/d/1uf81MLB71f1IY6luXrBy7XJIm0k4SjbXdAxI98DGahY/edit

Um modelo possível para questionário:

https://docs.google.com/document/d/1l7q-TORDYmlM-L5F3Ij2c_qrQ5BNNZ3rDLtl52XBeIg/edit?ts=59de71dc

Avaliação

A avaliação do percurso é um processo reflexivo e não reprova ninguém. Ela leva em conta as dimensões auto, hetero, eco (que olham para as questões pessoais, de grupo e sociais) e é feita por meio de avaliações 360°, ou seja cada estudante é avaliado por equipe, colegas e si mesmo chegando a uma nota que é um reflexo simbólico de como a atuação do estudante está sendo interpretada.

Usamos a avaliação em 4 momentos: ao final de cada módulo (são três) e ao final do curso.

Outros formatos sugeridos:

  • Banca de análise dos trabalhos: formar um grupo com pessoas que fazem parte da equipe e de fora do processo formativo para analisar o trabalho produzido pelo grupo é rico em termos de crescimento e avaliação das abordagens, além de estabelecer pontes e contribuir na distribuição da produção
  • Síntese estética: pedir aos estudantes que criem um produto artístico (que pode ser um texto, uma escultura, colagem, música, apresentação, performance, etc), que resuma alguma etapa do percurso ou o módulo
  • Avaliação técnica: criar ferramentas para avaliar melhorias em redação (apreciação da equipe e domínio da norma culta), em assiduidade (entregas de tarefas), ou outras.