Contexto

CHECAGEM DE SENTIDO

Checagem de sentido

O que é?

Checagem de sentido é um momento durante a fase de produção do módulo em que o processo desde o começo pode ser resgatado, observado e apropriado. Parte da experiência de que nesta fase muitos conteúdos e questões relevantes surgidos na fase de investigação podem ser perdidos ou ficarem sem contorno. Pode durar um ou mais dias de aula a depender da avaliação da equipe sobre o processo do grupo e o cronograma de entregas. O objetivo é fazer emergir percepções do grupo e de cada aluno sobre seu próprio percurso

Por que é importante?

Durante a fase de produção o grupo assume uma atitude bem diferente da fase de investigação. Os alunos passam a perceber a pressão por entregas e na ansiedade das saídas e prazos alguns conflitos podem aparecer. Além disso na fase de investigação do tema várias reflexões podem surgir e questões sobre si mesmo podem cutucar. Esses movimentos correm o risco de um abandono se na fase de produção não houver um espaço para resgatar, organizar e integrar o universo interior e as demandas externas. Com isso, a checagem de sentido objetiva oferecer um espaço de percepção de si e do grupo em meio ao esforço de produção. A idéia é que o processo seja integrado: assim como a primeira metade do módulo mesmo sendo aberto a reflexões já tem a experimentação técnica, o processo de produção também conta com a observação dos deslocamentos pessoais e grupais. Checar o sentido neste momento garante que o produto seja uma expressão apropriada e autêntica do grupo e de cada um, desconstruindo a ideia de um universo de percepções, reflexões e teorias apartado de um universo de representações, decisões e práticas.

Como usar?

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Para que as atividades de checagem de sentido sejam pertinentes é necessário que a equipe perceba o momento em que deve acontecer, durante o processo de produção. O momento ideal deve:
não comprometer o cronograma das entregas (para isso é necessário contabilizar a checagem de sentido no tempo de produção)
considerar o “ponto” do grupo em relação a possíveis conflitos a serem elaborados e os deslocamentos de cada um
englobar a experiência de trabalho em equipe tanto quanto o(s) sentido(s) que a investigação trouxe para cada um e grupo.

Para que conteúdos autênticos sobre a experiência do percurso possam vir à tona, convém recorrer a outros tipos de expressão além da racional e verbal. Linguagens menos formais e conceituais, mais afetivas, visuais, simbólicas, cênicas, lúdicas e intuitivas podem baixar resistências e diminuir a chance de controle e manipulação dos conteúdos. Assim, atividades que envolvam expressões plásticas e poéticas podem inclusive contribuir para abrir um espaço de respiro, relaxamento, e reiteração da autonomia. A idéia é que o grupo e cada aluno possa ver o que emerge da sua percepção do percurso até este ponto e organizar sua percepção em representações coletivas, compartilhando-a e a regulando com as relações. É menos consultar o que cada um está pensando sobre si mesmo, o tema, o grupo e o percurso e mais criar um território de percepção, reconhecimento e organização.

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