Objetivo
Oferecer um espaço de relaxamento e confiança para que o grupo possa elaborar quaisquer conflitos. Os temas podem se relacionar à experiências do grupo em trabalho ou podem vir de fora do contexto de aula. Esta ferramenta também estimula o exercício de autonomia, tanto de cada um que se auto posiciona e trabalha sua escuta quanto do grupoPasso a passo
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Conteúdo:
O conteúdo da atividade depende do assunto a ser tratado e pode ser livre. O que importa mais aqui são os limites e contornos da conversa. Os papéis envolvidos em determinado conflito devem ser nomeados, mesmo se não estiverem presentes.
Há um papel importante de mediação a ser desempenhado pela equipe. Mediar significa legitimar e organizar os conteúdos, sem julgá-los (ou, julgando, deixar claro o dito como opinião pessoal do mediador, se solicitada). Sempre que possível, o mediador deve valorizar os vínculos internos do grupo no sentido de visibilizar uma rede de acolhimento.
Muitas vezes, o que está em jogo é o pertencimento sentido pelas partes do grupo. Acolher a diversidade é um resultado do processo de grupo, não uma obrigação moralizante. Tanto cada parte quanto o grupo podem, dentro dos limites da conversa e da instituição, operar uma autorregulação de suas relações. Ao ajudar o grupo a nomear seus afetos e movimentos relacionais, o mediador contribui para a elaboração coletiva seja autêntica e curativa. O mediador deve mapear seus próprios preconceitos e os do grupo e suas partes.
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Atividades
Esta atividade pode começar espontaneamente em algum momento e a equipe deve sentir se há a necessidade de abrir um espaço formal para a conversa ou se esta pode continuar em um momento espontâneo.
Caso haja a necessidade de abrir um espaço de conversa específico, a equipe, no papel de mediadora, pode se valer de alguns disparadores (atividades usadas para começar uma conversa, levantar determinado conteúdo) como:
em duplas um fala pro outro como sente determinada questão sem ser interrompido por 2 ou 3 minutos. Ao final da fala, o ouvinte devolve o que entendeu em suas próprias palavras, checando empaticamente se há um entendimento satisfatório do outro em suas próprias necessidades. Troca. Em roda, compartilhar o que foi uma surpresa.
O mediador deve sempre ajudar o grupo a nomear o sofrimento grupal, checando sempre com o grupo as diferentes narrativas e pontos de vista sobre o contexto, sem resolver ele mesmo uma mais “correta”. É importante que o próprio grupo chegue a uma resolução, que surge da troca mais sincera possível. A idéia não é disputar quem tem razão, mas revelar as necessidades autênticas que estão sendo sinalizadas pelo conflito.
É importante também saber sustentar momentos de silêncio. É possível que seja angustiante, mas sustentar o campo de diálogo requer abertura, e o silêncio é um aliado dessa atitude. São nesses momentos que o mediador pode se sensibilizar para os afetos que circulam, as sensações que carregam informações importantes sobre cada um.
Também deve ser espontâneo que o mediador sugira questões se achar necessário, mas com o cuidado de não desviar o rumo da conversa para fora da necessidade do grupo.
Ao final de um tempo determinado, o mediador pode resumir sinteticamente os movimentos da conversa, deixar claros os encaminhamentos possíveis se surgir algum e encerrar o momento. Pode ser usado algum formato de fechamento como cada um falar um palavra ou fazer um gesto que represente como está neste momento.